Adilson Costa Carvalho, o Mestre Dicinho, é um dos protagonistas da grande revolução cultural da Tropicália, movimento que inovou o panorama artístico brasileiro com a fusão de tradição, vanguarda e cultura pop. A produção visual do artista, extensa e diversa, atravessa pintura, ilustração, escultura, cenografia, figurino e performance. Destacam-se, contudo, as chamadas “esculto pinturas”, esculturas feitas em uma massa, a Copageti (acrônimo para cola, papel, gesso e tinta), desenvolvida por ele em anos de pesquisa. Posteriormente pintadas, as peças revelam uma estética associada à tropicalidade e à psicodelia, apresentando temáticas distintas que vão de representações figurativas de animas e humanos a elementos da cultura popular e abstrações geométricas. Com mais de 50 anos de produção, Dicinho possui uma poética visual singular, sendo um artista auto-exilado em seu ateliê na cidade de Salvador, mas que segue ativo, produzindo novos trabalhos e vendo sua obra ser redescoberta.
Nas décadas de 1970 e 1980, trabalhou com figuras de vulto da cultura brasileira, como Lina Bo Bardi, Rogério Duarte, Edinízio Primo, Waly Salomão, Gilberto Gil, Gal Costa, Jards Macalé e José Celso Martinez Corrêa. Participou de exposições nacionais e internacionais, com destaque para a mostra individual Dicinho – Animais, curada por Lina Bo Bardi (Sesc Pompéia, São Paulo, 1983). Sua obra foi revisitada na exposição A todo vapor, durante a III Bienal da Bahia, curada por Ayrson Heráclito (Salvador, 2014) e integrou as coletivas Histórias afro-atlânticas, curada por Adriano Pedrosa, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes, Lilia Moritz Schwarcz e Tomás Toledo (Museu de Arte de São Paulo, 2018); Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors (Vitra Design Museum, Weil am Rhein, Alemanha, 2020) e A parábola do progresso, curada por Lisette Lagnado, André Pitol e Yudi Rafael (Sesc Pompeia, São Paulo, 2022-2023). Os trabalhos de Dicinho estão presentes nos acervos do Instituto Bardi, do Museu de Arte Moderna da Bahia e do Instituto Inhotim.