Para estudar arquitetura, Juraci Dórea mudou-se na década de 1960 de Feira de Santana para Salvador, onde testemunhou a intensa produção cultural resultante do encontro entre a atitude experimental vanguardista e a vivência singular de um território de matriz afro-brasileira. Formado, Dórea retornou à sua cidade natal, também conhecida como Portal do Sertão. A partir daí, construiu uma obra coesa, que gradualmente fez convergir linguagens visuais contemporâneas com raízes e tradições sertanejas. Na década de 1980, a vinculação telúrica de Dórea ganhou outra ordem de grandeza. Após iniciar seu Projeto Terra (1982 – em curso), ele não apenas assimilaria saberes artesanais sertanejos, mas viajaria ao interior do sertão baiano para implantar suas obras naquela paisagem, muitas vezes valendo-se dos próprios materiais encontrados nos campos e pastos. Com isso, o público prioritário de sua obra deixava de ser o visitante urbano das instituições culturais e passava a ser composto pelas populações sertanejas. Os registros em fotografias, filmes, relatos e textos produzidos nesse contexto documentam não só a trajetória criativa de Dórea, como também inúmeros choques e rearranjos entre concepções de arte, linguagem e território.
Em 2024, Dórea apresenta “Breveterno: notas para uma lírica político-mística da estiagem,” uma exposição individual com curadoria de Deyson Gilbert na Martins&Montero, em São Paulo. Em 2023, ele apresentou uma individual na Galeria Jaqueline Martins, em Bruxelas, e, em 2021, um projeto solo como parte da 34ª Bienal Internacional de São Paulo, no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia). Participou de importantes exposições institucionais como a 34ª Bienal de São Paulo, Artistas Contemporâneos da Bahia (MAC São Paulo, 1983), 19ª Bienal Internacional de São Paulo (1987), 43ª Bienal de Veneza (Itália, 1989), 3ª Bienal de Havana (Cuba, 1989), Projeto Terra (Université Paris 8, França, 1999), 3ª Bienal da Bahia (Salvador, 2014), 10ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015), Memories of Underdevelopment (Museu de Arte Contemporânea de San Diego, EUA, 2017) e À Nordeste (SESC 24 de Maio, São Paulo, 2019). Seus trabalhos integram os acervos do Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador/BA), Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (BA), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), entre outros.
Carvão e acríllica sobre placa de Eucatex
Unique
70 x 50 cm
Impressão fotográfica
Unique/vintage
12 x 18 cm
Impressão fotográfica
Unique/vintage
12 x 18 cm / 50 x 56 cm
Impressão fotográfica
Unique/vintage
12 x 18 cm