Hiram Latorre é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade. Participou das exposições coletivas Museum (2023), no Instituto Artium, com curadoria de Alberto Simon; Equilíbrio dos Barracos (2023), no Museu das Favelas, com curadoria de Carollina Lauriano e Guilherme Teixeira; e Rosas Brasileiras (2023), no Farol Santander. Em 2023, seu trabalho passou a integrar a coleção do Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.
Latorre vem desenvolvendo uma pintura em que busca meios de dar vazão a reminiscências de lugares visitados e memórias afetivas, num exercício pictórico poético e sedutor. Suas obras mais recentes trazem ecos de temas e estilos marcados pela história da arte, como a pintura de interior e a natureza-morta, combinando elementos de diferentes panoramas, que vão desde a inspiração matissiana ao design modernista e à arte pop. Esses recursos são tomados como referências para criar uma atmosfera íntima, que poderia ser o cenário de um romance do século XIX ou um álbum de fotos cuidadosamente editado. Em suas cenas de interiores, retiradas de recordações ou de cenários imaginados, reconhecemos padronagens orientais em vasos e têxteis, além de mobiliários brasileiros, que nos trazem para um lugar possível ainda que improvável.
Sua formação em arquitetura e sua passagem pela indústria da moda permitem a Latorre intuir em suas pinturas tanto a composição de elementos de um mundo real quanto a criação de situações contemplativas. Delimitando o espaço pictórico com margens que, por vezes, assumem a forma de molduras ornamentadas dentro da própria pintura e, outras vezes, aparecem como fragmentos de elementos da cena, como as barras de um tapete ou a quina de uma mesa, suas obras vibram no encontro entre cores baixas e brilhantes, como o dourado e o vermelho; assim como no equilíbrio entre volumes e linhas nos planos de fundo e no uso original de texturas e padrões em áreas diversas da pintura. Talvez Latorre esteja interessado em transitar de um estado concreto do espaço para um momento instável da vida. Se, por um lado, o uso de cores sólidas e objetos do cotidiano nos coloca diante de espaços realistas, por outro, as linhas macias e a leveza dos objetos que parecem flutuar não nos permitem definir o estado e o tempo em que nos encontramos. O que há é uma atmosfera que delineia todas as coisas e que permite imaginar os fatos.
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
70 x 80 cm
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
170 x 260 cm (2 partes)
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
70 x 80 cm
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
260 x 340 cm (4 partes de 130 x 170 cm)
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
130 x 170 cm
Óleo e cera de abelha sobre linho
Unique
130 x 170 cm