ser tão forja quanto a seca
tão cego quanto o ventre
tão oco quanto o couro, o furo e a bala
ser tão sino quanto o osso
tão igreja quanto a chuva
tão hóstia quanto o bode
tão taça quanto a seriema, o cacto e a faca
e lá
no despencar daquelas noites
(das guerras, das pedras, dos montes e dos santos)
ser a mariposa despetalada nas placas tectônicas da chama
a vitória do plexo contra a adaga perfumada de sol
o balear-se do sono recôncavo de aço no antro das grutas dos angicos em brasa
e lá
depois
por fim
(dos tempos, das coisas e dos mundos)
ferver na cacimba cerrada do punho, da pálpebra e da língua
o trancelim das preces crivadas de curva
a geometria sonífera dos bois emplumados
a batata do umbu que dorme silente no imo
7 cruzes
7 círculos
7 luas
cento e cinquenta e seis quadrados negros sobre o fundo branco das estrelas de nata