A prática multidisciplinar de Dalton Paula abrange pintura, instalação, foto performance e video performance. Examinando a representação de corpos negros na diáspora africana, desde a história colonial até o presente, sua arte se envolve com temas de cura simbólica, entrelaçando intrincadamente dimensões históricas, sociais, econômicas e psiquicas. Paula reimagina o passado por meio de uma lente especulativa, criando narrativas que honram figuras historicamente marginalizadas ou apagadas, conectando o passado e o presente para oferecer às gerações futuras imagens duradouras e narrativas reimaginadas. Sua prática é profundamente moldada por terreiros (espaços religiosos sagrados afro-brasileiros), quilombos (comunidades fundadas por pessoas escravizadas que fugiram) e celebrações tradicionais afro-brasileiras, fundamentando sua exploração da cultura, memória e herança ancestral.
Em 2021, Dalton fundou e desde então mantém o Sertão Negro Ateliê e Escola de Arte. Fundada como uma escola criativa que cruza tradições culturais afro-brasileiras e práticas de arte contemporânea. Esbalecendo um ambiente criativo de fluxão para a comunidade negra, a consciência ambiental e a arte. Com uma estrutura projetada com princípios de bioconstrução, a escola conta com três chalés para residência artistica aberta a residentes nacionais e internacionais, centralizando o conhecimento afro-brasileiro e da diáspora africana. O Sertão Negro é hoje uma comunidade formada por mais de 30 pessoas. Ao honrar o conhecimento tradicional e a vida cotidiana da espacialidade negra, o Sertão Negro se posiciona como um epicentro cultural para preservar e expandir a ancestralidade negra, a identidade e a expressão artística para as gerações futuras. Dalton entende Sertão Negro como um ponto crucial em sua prática artística; é um exame do passado, desenhando o presente e cultivando um futuro justo e saudável para a comunidade negra.
Em 2024, Dalton foi convidado a fazer parte da Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere, 60ª Exposição internaciona de arte da Bienal de Veneza e ganhou o Chanel Next Prize, sequenciado pelo Soros Arts Fellowship Awards, concedido pela Open Society Foundation em 2023. Em 2022, apresentou Retratos Brasileiros no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP e Rota do Algodão na Pinacoteca de São Paulo.
Participou de importantes exposições coletivas, como Brasil futuro: As formas da democracia, Museu Nacional da República (2023); 8th Painting Biennial: The ‘t’ is Silent, Museu Dhondt-Dhaenens (2022); Enciclopédia Negra, Pinacoteca de São Paulo (2021); 36° Panorama da Arte Brasileira: Sertão, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP (2019); Songs for Sabotage, 4ª edição da Trienal do NewMuseum, NewMuseum (2018); O Triângulo Atlântico, 11ª Bienal do Mercosul (2018); Incerteza viva, 32ª Bienal de São Paulo (2016), entre outros.
Sua obra faz parte de importantes coleções, como a do Museum of Modern Art – MoMA, EUA; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, Brasil; Pinacoteca de São Paulo, Brasil; Art Institute of Chicago, EUA; Institute of Contemporary Art – ICA Miami, EUA; entre outras.
Óleo e folhas de ouro e prata sobre alguidar [tigela de cerâmica]
Unique
Dimensões variáveis
Instalação: Óleo e folha de ouro sobre 40 [panelas cônicas para lavagem de ouro] e 5 gamelas [bandejas usadas no garimpo para carregar cascalho], ambas bateias de madeira e metal
Unique
3 x 7 m