VILNIUS, LITUÂNIA, 1945 \ VILNIUS

As imagens de Algirdas Šeškus são como um filme oculto que precisa ser ativado. Esse aspecto cinematográfico pode transportar o observador para diferentes dimensões da vida: momentos cotidianos simples e limpos, erotismo, desconforto, mistério, medo, solidão e, mais importante, uma única imagem pode conter todos esses elementos. Isso posiciona você como observador e ele como artista em outro nível.

Suas fotografias são indistintas, desfocadas, composições bagunçadas; imagens sem tonalidade, suaves, reduzidas e com conteúdos aparentemente pouco empolgantes. Šeškus não dá títulos às suas fotografias nem indica onde ou quando foram tiradas. Ele proclama que a fotografia deve ser resgatada às suas origens: ao momento da decisão, quando o próprio ato de fotografar se torna um objeto de arte.

O fotógrafo é caracterizado pelo interesse na natureza da imagem, pela correspondência entre intenção e significado com o fato (quando o evento é o próprio ato fotográfico) e pela descontextualização do conteúdo. Ele equilibra-se constantemente entre o niilismo artístico e o fetichismo do ato criativo, entre o underground e a cena artística oficial, entre o coletivismo e a individualidade.

Algirdas Šeškus estudou entre 1968 e 1970 na Escola de Arte de Vilnius. Em Moscou, concluiu um curso de cinematografia e trabalhou como operador de televisão e rádio de 1979 até sua aposentadoria. Desde 1989, é membro da Sociedade Lituana de Fotografia Artística – a União de Fotógrafos de Arte da Lituânia. Em 2014, recebeu o Prêmio Nacional da Lituânia de Cultura e Arte.

Entre suas exposições mais recentes, destacam-se a individual TV no Contemporary Art Center (CAC), em Vilnius, 2017, e sua participação na documenta14, em Kassel e Atenas, também em 2017. Seu trabalho está presente em importantes coleções públicas e privadas, entre elas: MoMA, Nova York; Museo Naciona